quarta-feira, 13 de junho de 2007

AO POETA, POETINHA VINICIUS

Nem ais, eu, posso dizer mais
Quanto mais dizer Vinicius
Quantos vícios na arte de viver?
Quanta arte no vício de sentir?
Quanto sentir na arte do vício?
Só posso ser o sítio de ouvir
A arte do encanto
Que descubro no seu canto
Que sinto no seu sentir
Quanta vida terá ficado por viver?
Quanto verso virgem por escrever?
Quanta mulher ficou por descrever?
Quanta canção não escrita por saber?
Nem ais, eu posso mais dizer
Quanto mais dizer Vinicius
Quanta bossa no samba do poeta?
Quanta raça vai da branca à preta?
Quantas rimas na rima do poema?
Quantas garotas, há ainda em Ipanema?
Brancas de todas as cores
Pretas de todas as dores
Lindas de todos os amores
Feias de todos os sabores
Quanto me falta ainda descobrir?
Quanto me falta ainda por sentir?
Quanto Saravah distribuir?
Na vida toda que está por vir?
Ah! Meu poeta, poetinha
A tua vida toda não foi minha
Camarada no caminho que caminha
Eu não sou mancha, nem sequer manchinha
Apenas aprendiz de poesia
Sinto em cada tua melodia
A arte maior de cada dia
O amor que apenas tu podia
Que posso eu dizer mais? Nem ais…
Vinicius foi em si, tudo o que eu queria!
[João Moutinho]

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