"Nesta sombra em que vivo,
Sonho que me aparecerás,
Numa hora extática...
E ando a esperar-te, noite por noite...
Sonho que te hei de ver,
Com os cabelos carregados de estrelas
E as mãos enfeitadas de luas...
Sonho que descerás a ver-me,
De tanto me ouvires
Cantar e louvar
O teu nome...
Nesta sombra em que vivo,
De te evocar,
É como se já tivesse vindo...
Como se houvesse visto os teus olhos,
Que devem ser a própria alma da luz...
Como se houvesse tocado o teu gesto,
Que deve ser o grande ritmo dos mundos...
Como se houvesse adorado o teu coração
Nesta sombra em que vivo,
Sofro por seres assim irreal,
assim tão além do que se pode pensar...
Sofro porque nem sei
quando haverá, nos meus olhos,
Luz com que te veja
E com que te adore..."
(CECÍLIA MEIRELES)
Nenhum comentário:
Postar um comentário