
O ritmo do meu peito é amedrontado
Deus me pega, me mata, vai me comer
o deus colérico.
Tan-tan, tan-tan,
um tambor antiquíssimo na selva
cada vez mais perigoso
porque o dia deserta,
tan-tan, tan-tan,
as estrelas são altas e os répteis astuciosos.
Tan-tan , meu pai, tan-tan,
ó minha mãe,
ponta de faca, dentes,
água,
água, não. Um pastor com a sua flauta no rochedo,
o que nada pode erodir.
Assim meus pés descansam
e minha alma pode dormir.
Tan-tan, tan-tan,
cada vez mais fraco.
Não é meu coração,
é só um tambor.
Adélia Prado
Nenhum comentário:
Postar um comentário