sexta-feira, 10 de agosto de 2007

SIGILO DE FONTE


Quem há de dizer das linhas

que as ondas armem e não armem?

Quem há de dizer das flâmulas,

lágrimas acesas, tantas lâmpadas,

milagres, passando rápidas?

Diga você, já que se sabe

que nem tudo na água é margem,

nem tudo é motivo de escândalo,

nem tudo me diz eu te amor,

nem tudo na terra é miragem.

Signos, sonhos, sombras, imagens,

ninguém vai nunca saber

quantas mensagens nos trazem.


Paulo Leminski

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