Sou cansada, cansada dos dias repletos de falcatruas maquiadas com coleguismos.
Sinto vergonha do meu espaço e do meu tempo, até parece que há verdadeiramente vida nestes rostos cheios de sorrisos ofuscantes.
Dou risada do emaranhado de sensações e situações que cada um engendra para tornar a realidade um ambiente habitável – inclusive eu. Esta é minha dor, a consciência maldita.
Liberdade remunerada. Sou, portanto, esta desgraça transtornada por me crer espelho de tantos.
A incógnita nas mãos assusta. Conhecer apenas o meu passado obstrui a esperança. Responder pelo futuro seria afirmar uma capacidade de domar o mundo. Não há vontade. Incoerência desejar.
Gosto de telas, de desenhar nas telas e depois pintá-las. Às vezes, me aborrece deixá-las sempre coloridas de branco, então trabalho com o preto, mas estes ímpetos obscurecem meu humor.
De resto, nada me interessa, ainda bem.
F.F.
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